São Paulo

Famílias de reeducandos recebem cestas básicas em meio à pandemia

Projeto Família em Casa, Alimento na Mesa distribui mais de 500 doações de alimentos

Aline Formagio, desempregada de 41 anos, está acostumada a cuidar dos outros. Ela cuida dos filhos adolescentes, das tarefas domésticas e, quando é possível, vai visitar o companheiro, que estava recluso na Penitenciária de Piracicaba por roubo e posse de drogas, mas foi transferido recentemente para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Porto Feliz.

A realidade vivida por Aline é a mesma de diversas outras famílias brasileiras. No entanto, o que jamais havia ocorrido a ela é que mais alguém, além dela, estivesse atento à sua família. “A cesta básica é uma ajuda de pessoas que estenderam suas mãos e proporcionaram o alimento para minha família”, explica maravilhada. Toda essa ajuda é fruto de uma parceria para enfrentar o desafio mais recente: o coronavírus.

O projeto Família em Casa, Alimento na Mesa é desenvolvido pelo Centro Social Cáritas de Piracicaba, por meio do Programa de Apoio à Inclusão Social em parceria com a Unidade de Atendimento de Reintegração Social de Piracicaba, vinculada à Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), que contempla os Programas de Atenção ao Egresso e Família (Caef) e o de Penas e Medidas Alternativas (CPMA).

Segundo o Coordenador do Centro Social Cáritas, Bruno Campos, “as ações de solidariedade fazem a diferença, ainda mais diante da pandemia, que reafirmou a urgência de sermos mais humanistas e solidários, pois todos os cidadãos merecem serem amparados independente de sua condição”, afirma.

Desde setembro, 510 cestas básicas foram distribuídas, proveniente de parcerias com o Banco de Alimentos do Fundo Social de Solidariedade, com o Centro de Doenças Infecto Contagiosas (Cedic) e a Nutricesta de Piracicaba. E a previsão é de mais 290 cestas até o final do ano, totalizando 800 doações. Além disso, para o próximo ano ainda serão doadas mais 1200 cestas básicas entre os meses de janeiro e maio.

Não só a família de Aline, mas também a de sentenciados que cumprem pena de prestação de serviços, egressos e apenados nas unidades prisionais de Piracicaba, são beneficiados. Para tanto, elas passam por uma triagem feita pela Caef, que após o acolhimento e atendimento psicossocial as encaminham ao Centro Social Cáritas para a retirada das cestas básicas.

Em meio aos duros impactos da pandemia a rede de apoio abriu as janelas da esperança, com o objetivo de minimizar a vulnerabilidade social e a redução da reincidência criminal, visando a garantia de comida na mesa. “A doação foi em ótima hora, pois estávamos passando por uma grande necessidade, já que não tenho emprego fixo e nem o direito ao auxílio emergencial”, encerra Aline.

Para que as doações aconteçam, o Cáritas conta com a parceria e apoio de doador mediado pelo Instituto Ação Pela Paz e por verba destinada pela Vara de Júri e Execução Criminal da Comarca de Piracicaba. O valor total arrecadado entre apoiadores para execução desse projeto foi de R$ 150.310,00 (cento e cinquenta mil e trezentos e dez reais). Além disso, há também parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e demais parceiros já citados.

Requisitos para ser contemplado com o projeto

As famílias moradoras de Piracicaba que querem participar do projeto devem estar com o cadastro no rol de visitas devidamente atualizado e entrar em contato com o Centro Social Cáritas, por meio do telefone (19) 3422-8439, para agendar uma data na qual deverão levar os seguintes documentos:

Do familiar: Nome completo, RG, CPF, data de nascimento e endereço;
Do reeducando: Nome completo, número de matrícula e Unidade Prisional.

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