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Pesquisadores da Unesp desenvolvem gel para tratar fraturas em animais

Pesquisadores da Unesp desenvolvem gel para tratar fraturas em animais

Dois pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), do campus de Botucatu, apresentaram para possíveis investidores a pesquisa de desenvolvimento de um gel, produzido a partir de fibrina (proteína existente no sangue, associada a células-tronco), usado para acelerar a cicatrização óssea em tratamento de fraturas, inicialmente em animais de pequeno porte, como cães e gatos.

O compartilhamento de informações ocorreu durante o Show Case Emerge Labs Eurofarma. O estudo é conduzido pelo pesquisador Rui Seabra Ferreira Júnior e pelo orientando de pós-doutorado Denis Jeronimo Svicero, do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap), da Unesp.

Antes da apresentação, ambos passaram seis semanas aprendendo estratégias de propriedade intelectual, planejamento de testes in vitro e clínicos, bem como a modelagem de negócio e transferência de tecnologia para alcançar escala industrial, associados à experiência de uma grande empresa.

Empreendedorismo

O Emerge Labs 201, realizado em parceria com a Eurofarma, uma das dez maiores empresas farmacêuticas do Brasil, selecionou 16 projetos, de 70 inscritos de quatro regiões do Brasil. A iniciativa é desenvolvida para cientistas que querem levar as pesquisas do laboratório ao mercado, gerando impacto social e desenvolvimento econômico.

“O trabalho que temos feito com a Emerge é o de apoiar cientistas-empreendedores e de criar uma comunidade de cientistas-empreendedores, mas, naturalmente, impulsionar o resultado dessa comunidade que são inovações de base científica, saindo da bancada e indo para o mercado e para a sociedade”, ressalta Guilherme Rosso, fundador do Emerge.

“O evento é o fechamento de um ciclo. Aquela história que começou há 30 anos com uma molécula inovadora dentro da universidade pública, que chega agora para falar com a indústria farmacêutica. Veja como esse processo é demorado”, revela Rui Seabra Ferreira Júnior, pesquisador do Cevap.

“Muitas pessoas acreditaram nesse projeto ao longo do caminho. É assim que construímos o conhecimento. A oportunidade de ser selecionado entre 70 projetos inovadores no País e ficar entre os 16 finalistas para participar desse evento, para nós, é um privilégio muito grande, é o reconhecimento”, completa.

Mentoria

Denis Jeronimo Svicero, pós-doutorando do Cevap, também ressaltou a importância do contato entre pesquisadores e investidores. “Nós tivemos mentoria com profissionais de áreas distintas, desde os setores jurídico, regulatório e pesquisa e desenvolvimento, da própria Eurofarma e de outras indústrias farmacêuticas, e também de mentores externos que trabalham só com capital de risco”, salienta.

“Os profissionais nos ensinam como é transformar o projeto em produto, tirando de uma linguagem essencialmente acadêmica, para ser explicada em uma linguagem mais prática. E, assim, responder a uma solução e uma demanda de mercado. São habilidades que a academia não nos fornece”, avalia o pesquisador.

“Existe muita vontade da indústria de fazer essa conexão com as universidades. Acho que todo mundo que tem um projeto bacana que ainda está na ideia, na concepção. Vale a pena experimentar viver um pouquinho desse mundo e fazer essa troca com o investidor, enfim, para fazer o seu sonho e tudo o que você está planejando acontecer de fato”, enfatiza Ariane Sales Ferreira Barros, gerente de Gestão de Portifólio e Licença da Eurofarma.

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