Consórcio atinge recorde de 11,4 milhões de participantes
O mercado de consórcios atingiu 11,4 milhões de participantes ativos em fevereiro de 2025. O número é um recorde histórico e representa uma alta de 9,3% em relação ao mesmo período de 2024. Se comparado ao mesmo período de 2022, quando o número de consorciados era de 8,21 milhões, o crescimento do indicador é de 39%, por 39 meses consecutivos. Os dados foram divulgados pela assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac).
O relatório da Abac também apresenta os números e taxas de crescimento comparativos entre o primeiro bimestre de 2025 e o mesmo período do ano anterior. O total de créditos disponibilizados cresceu 43,7% e alcançou R$21,88 bilhões, já os créditos comercializados tiveram um crescimento de 39,9%, atingindo R$69,19 bilhões e as vendas de cotas registraram um aumento de 25,9%, com 802,69 mil.
André Oliveira, sócio da Consórcio Fast, empresa especializada na negociação de cotas de consórcio, credita o crescimento do setor à alta da taxa básica de juros da economia, definida pelo Banco Central (BC), taxa SELIC.
“Acredito que dentre os principais fatores que estão levando a esse aumento, a alta da taxa SELIC é a que tem o maior impacto. A pessoa que compara o financiamento bancário e o consórcio percebe que o montante pago ao final do plano pode ser mais atrativo no consórcio”, declara.
O profissional explica, em termos comparativos, a sua percepção de que a busca pelo consórcio pode estar sendo impulsionada pela alta dos juros. “Se compararmos o valor da taxa de juros, que hoje está em 14,25% ao ano, com as taxas administrativas dos consórcios – que costumam variar entre 9% e 25% durante todo o plano – entendemos o motivo. Além disso, no financiamento a pessoa acaba tendo a necessidade de ter disponível um valor de entrada”.
Oliveira observa que as administradoras têm investido massivamente em campanhas de vendas com parcelas ou taxas administrativas reduzidas e aponta a possibilidade da contemplação por sorteio, para quem não tem pressa para a aquisição do bem, como uma das funcionalidades do consórcio, em relação ao financiamento.
“Outro fator que podemos dizer que tem se tornado cada vez mais relevante na decisão das pessoas por fazerem um consórcio novo é a possibilidade da venda (transferência para uma outra pessoa), ou do resgate em espécie, caso no meio do caminho os planos mudem e elas desistam da aquisição do bem”, pontua o sócio da Consórcio Fast.
Segundo o levantamento da Abac, com exceção do consórcio de veículos pesados, a venda de cotas apresentou crescimento em quase todos os segmentos, no primeiro bimestre. No consórcio de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis o aumento foi de 147,9%, no consórcio de imóveis, as vendas de cotas subiram 47,3%, enquanto no consórcio de veículos leves o crescimento foi de 21,9% e no consórcio de motocicletas, de 21,3%. O consórcio de serviços registrou um aumento de 18,4% na venda de cotas.
Para Oliveira, o crescimento do consórcio de serviços reflete uma mudança de perfil no consumo. Segundo ele, ao aderir a um consórcio, o brasileiro procura alcançar objetivos que não são possíveis no presente, mesmo com organização financeira.
“O consórcio cria a possibilidade de desembolsar valores menores até que seja possível ofertar um lance, e cada vez mais surgem novas opções de consórcio. Em minha experiência, lidando diariamente com pessoas que optam por vender suas cotas, percebo que os objetivos mudam a cada fase da vida e as pessoas parecem que estão aprendendo a se planejar e usar essa modalidade como ferramenta para suas conquistas”, esclarece Oliveira.
De acordo com o profissional, a atual conjuntura econômica propicia a adesão aos consórcios como ferramenta de planejamento financeiro. “Para algumas pessoas, o compromisso mensal com o consórcio as auxilia na hora de poupar, deste modo, o consórcio pode ser considerado um investimento. Nesta modalidade, o consorciado está mensalmente fazendo um desembolso financeiro a fim de obter algum bem no futuro”, reforça o especialista.
De janeiro a novembro de 2024, o total de cotas vendidas alcançou o segundo maior volume de vendas em 20 anos, com 425,32 mil adesões. Com base em recordes históricos registrados ao longo do ano passado, o presidente executivo da Abac, Paulo Roberto Rossi, estimou um crescimento de 8% para o segmento de consórcios em 2025.
Para mais informações, basta acessar: consorciofast.com.br/