Saúde

Trombofilia além da gravidez: condição pode afetar jovens, adultos e idosos

Muitas vezes subdiagnosticada, a trombofilia pode levar a eventos graves como trombose, embolia pulmonar e AVC – em pessoas de qualquer idade e, aparentemente, saudáveis

Embora geralmente associada à gravidez, a trombofilia é uma condição que merece atenção de pessoas de todas as idades. Segundo a cirurgiã vascular da Prime Care Medical Complex, Dra. Nayara Caceres, é caracterizada por uma predisposição do sangue a formar coágulos de maneira anormal e pode ser hereditária (genética) ou adquirida ao longo da vida. Pode ter fatores como uso de anticoncepcionais, cirurgias, câncer, ou até viagens prolongadas funcionando como gatilhos para eventos trombóticos.

Jovens – Paciente jovens e saudáveis geralmente não apresentam episódios de trombose venosa profunda. Quando isso acontece, a principal suspeita é a trombofilia hereditária, ou seja, uma predisposição genética a formação de trombos. “Quando esses indivíduos com trombofilia são expostos a determinados fatores de risco, como viagens longas, uso de anticoncepcionais, gravidez ou cirurgias, o risco de desenvolver trombose aumenta significativamente”, comenta a Dra. Nayara. Por isso, é fundamental ampliar a conscientização sobre a doença, seus fatores de risco, sintomas e formas de prevenção.

Quando buscar investigação médica? A trombofilia deve ser investigada principalmente em casos de episódios de trombose em pessoas com menos de 45 anos, sem causa aparente; histórico familiar de tromboses precoces ou recorrentes; eventos em locais incomuns (como veias do cérebro ou abdome); abortos de repetição ou natimortos; e eventos trombóticos muito graves frente a fatores de risco leves.

“Os sinais de alerta incluem dor e inchaço súbito em uma perna, falta de ar inesperada, dor no peito que piora ao respirar, ou até taquicardia. Viagens longas, cirurgias, uso de anticoncepcionais ou imobilização são gatilhos comuns para quem tem predisposição genética”, diz.

Envelhecendo com trombofilia – riscos aumentados: Embora o risco de trombose aumente naturalmente com a idade, a presença da trombofilia hereditária continua sendo relevante mesmo na terceira idade. “Isso porque ela soma-se a outros fatores do envelhecimento — como imobilização prolongada, desenvolvimento de câncer, necessidade de cirurgias —, ampliando o risco de complicações trombóticas”, avalia.

É possível viver bem com trombofilia? Segundo a especialista, sim. “Com acompanhamento médico adequado – hematologista e cirurgião vascular – , adoção de hábitos saudáveis, uso de meias de compressão em situações de risco e, em alguns casos, medicamentos anticoagulantes, é possível conviver com a condição com segurança e qualidade de vida”, finaliza.

Sobre a Dra Nayara Caceres

Médica formada em cirurgia geral no Servidor Público Estadual. Residente em Cirurgia Vascular. Atua nas condições sensíveis à atenção primária, à assistência hospitalar e atenção terciária.

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