Karine Aguiar recebe prêmio de melhor cantora do BR no Mundo
A música do Amazonas e do Brasil foi celebrada dentro do Palácio de Westminster em Londres, Inglaterra. A cantora amazonense Karine Aguiar, natural de Manaus, venceu a disputada premiação “Melhor do Brasil no Mundo”, na categoria de “Melhor Cantora Brasileira no Mundo”. Foi a primeira vez que uma cantora originária Amazônia chegou à final nesta categoria e venceu. Aguiar também conquistou o título de mulher mais votada na edição de 2023 durante a etapa de votação popular pela internet.
O “Melhor do Brasil no Mundo” está em sua terceira edição e é organizado pela revista britânica High Profile Magazine, com sede em Londres, cujo editor-chefe é o jornalista catarinense Rafael dos Santos.
As duas primeiras edições da premiação foram realizadas dentro do Palácio de Kensington (residência de Príncipe William e Kate Middleton, sucessores de Rei Charles ao trono inglês) e na Torre Eiffel em Paris (França). O local escolhido para a edição de 2023 foi o Palácio de Westminster onde funcional a sede do Parlamento Britânico e onde também está localizado o relógio Big Ben, um dos símbolos da capital inglesa. Desde sua primeira edição a premiação tem como madrinhas a empresária e ativista Luiza Brunet e Vossa Majestade Diambi Kabatusuila Tshiyoyo Muata, rainha da República Democrática do Congo.
A candidatura de Karine Aguiar ao prêmio foi proposta pelo empresário mineiro Antônio Cançado de Araújo (Monsieur Pão de Queijo), radicado na França há quase quarenta anos. Ele também esteve concorrendo ao prêmio e venceu em duas categorias “Melhor Empreendedor Brasileiro no Mundo” e “Recordista de voto popular”, além de também ter sido homenageado pela excelência do queijo mineiro.
“Quero dedicar este prêmio a todos os artistas amazonenses que resistiram e pavimentaram o caminho para que eu pudesse ser a primeira cantora nascida e crescida na cidade de Manaus e no Estado do Amazonas a estar neste distinto Parlamento no dia de hoje. Sim, este é o momento de dizer ao mundo que a música amazonense existe e carrega um legado cultural de valor inestimável, que poderá criar um futuro mais solidário e conectado com a natureza. Muito obrigada!”, disse a cantora em seu discurso no parlamento britânico.
A escolha dos vencedores ocorreu durante um longo processo que durou cerca de seis meses, configurando-se em três etapas: 1) nomeação; 2) votação popular pela internet e 3) avaliação por júri técnico. Dentre os critérios avaliados para a concessão do prêmio estão o impacto do trabalho dos profissionais brasileiros no exterior, bem como, o marketing positivo que estes profissionais produzem para a imagem do país a partir daquilo que fazem.
Há mais de uma década Karine Aguiar vem realizando um trabalho de difusão da música da Amazônia em contexto internacional: gravou seu primeiro álbum “Arraial do Mundo” em Nova Iorque no ano de 2012, com direção musical do pianista alemão Vana Gierig e, ali nasceu o conceito do “Jungle Jazz” que deu à amazonense expressão internacional a partir de uma sonoridade que combina a linguagem do Jazz e os ritmos musicais da Amazônia. No ano de 2014, Karine foi premiada na França pelo Portail du Brésil en France com este trabalho como “Melhor Álbum de MPB em Paris”.
Em 2017, se apresentou pela primeira vez em território italiano no festival L’Altro Suono (Modena), o que culminou em uma colaboração com o premiado compositor e educador italiano Antonio Giacometti em “Jungle Jazz: uma sinfonia amazônica”, gravada ao vivo no Teatro Amazonas em dezembro de 2019 com a participação de mais de cem artistas amazonenses.
Karine Aguiar está radicada na Itália há três anos e acaba de entrar para o casting de artistas da produtora italiana Coesioni, que irá administrar sua carreira nos próximos anos. Além de desenvolver sua carreira como cantora, a amazonense também realiza um trabalho de educação musical com um dos grupos italianos mais antigos em atividade, o Gen Rosso. Como pesquisadora (possui um Mestrado em Sustentabilidade na Amazônia/UFAM e um doutorado em Ecomusicologia/UNICAMP), estabelecendo colaborações científicas com universidades importantes nos Estados Unidos (City University of New York, Brown University) e Inglaterra (Plymouth University e University of London) através de suas pesquisas que integram as sonoridades musicais do Baixo Amazonas a temáticas como a Ecomusicologia, a Bioeconomia, Biomimética e a Slow Fashion.