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Nova faixa do MCMV pode impulsionar setor imobiliário

O Governo Federal anunciou recentemente a criação da Faixa 4 do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Aprovada pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), a nova linha de financiamento prevê condições facilitadas de crédito para famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, como prazos de pagamento de até 420 meses e juros nominais de 10% ao ano, abaixo dos praticados pelo mercado.

A proposta, que visa atender uma demanda crescente da classe média que até então encontrava dificuldades para acessar financiamentos habitacionais com condições favoráveis, deve beneficiar cerca de 120 mil famílias em 2025.

De acordo com Renan Persio dos Santos, diretor de incorporações da Construlike, a ampliação do programa representa uma inovação significativa. “A nova faixa atende uma parcela da população que muitas vezes ficava fora dos programas habitacionais. Com financiamentos mais acessíveis e taxas de juros competitivas, essa medida pode impulsionar bastante o setor e facilitar o acesso a imóveis de melhor padrão para mais brasileiros.”

A nova categoria financiará imóveis novos e usados de até R$ 500 mil, com juros de 10,5% ao ano e 420 parcelas mensais. Atualmente, as taxas de mercado para este tipo de imóveis estão entre 11,5% e 12% ao ano. 

“Diferente das faixas anteriores, nessa não há subsídio do governo e o comprador paga o valor integral do imóvel, mas as condições facilitadas ampliam muito o acesso da classe média ao financiamento habitacional”, explica Santos.

Impactos no setor imobiliário

Segundo o diretor de incorporações da Construlike, as taxas de juros praticadas atualmente tornaram a compra de imóveis para essa faixa de renda inviável, criando uma estagnação significativa no mercado. “A nova faixa amplia o potencial de vendas do setor, pois permite explorar um público novo”.

“Além disso, a medida tem grande potencial para atrair novos investimentos e acelerar o lançamento de empreendimentos residenciais em áreas urbanas, já que amplia o acesso da classe média ao financiamento imobiliário com taxas de juros atraentes”, acrescenta Santos.

Do ponto de vista do financiamento e da oferta de crédito, o especialista avalia que a previsibilidade e segurança para construtoras e incorporadoras pode depender da fase em que o projeto se encontra. Para ele, os empreendimentos em fase final de aprovação é que se enquadram nas regras, “o cenário é mais seguro, pois é possível acessar o crédito e planejar a operação com mais tranquilidade”.

No entanto, ele acredita que, para quem está começando, o momento pode gerar incertezas, já que o orçamento do programa é limitado e existe o risco de o crédito acabar antes da venda dos imóveis. 

“Além disso, a burocracia na aprovação dos projetos pode dificultar o acesso aos recursos, fazendo com que apenas quem estiver mais adiantado e alinhado com as exigências tenha real garantia dessa previsibilidade”, afirma.

Outras mudanças no programa

O Governo também ajustou as outras linhas do Minha Casa, Minha Vida, elevando o limite da Faixa 1 do FGTS de R$ 2.640 para passar a atender famílias com renda de até R$ 2.850, enquanto a Faixa 2 subiu o limite de renda de R$ 4.400 para até R$ 4.700.

Já a Faixa 3 ampliou o teto de renda de R$ 8 mil para R$ 8,6 mil mensais, permitindo a aquisição de imóveis de até R$ 350 mil, com juros entre 7,66% e 8,16% ao ano. “Isso incentiva as incorporadoras a lançarem mais projetos para atender essa demanda, estimulando tanto a construção civil quanto a economia como um todo”, afirma o representante da Construlike.

A medida também é vista por Santos como uma oportunidade de valorização significativa dos bairros ao atrair novos moradores, dinamizando o comércio local, impulsionando melhorias na infraestrutura e ampliando a oferta de serviços. 

“Esse movimento fortalece a ocupação urbana planejada, contribui para o crescimento ordenado das cidades e evita que as moradias se concentrem apenas em regiões periféricas, promovendo um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável dos centros urbanos.”

Além disso, os efeitos econômicos da medida podem ir além da habitação. “Investir em moradia social representa economia para outras áreas, como a saúde, já que cada R$ 1,00 investido pode poupar até R$ 4,00 em custos neste setor, devido à melhoria do saneamento e das condições gerais de vida dos moradores”, conclui.

Para saber mais, basta acessar: http://www.construlike.com.br