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Crescimento do Mercado: Seguro Garantia Ganha Espaço em Obras de Infraestrutura

Por: Bruna Bozano

O setor de infraestrutura brasileiro está prestes a viver um novo ciclo de expansão. De acordo com um levantamento recente do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), os investimentos em obras públicas devem registrar alta de 8,7% em 2025, impulsionados por aportes nos segmentos de transporte, saneamento básico e energia. Esse movimento, além de dinamizar a economia e gerar empregos, também aquece um nicho estratégico: o mercado de seguro garantia.

Tradicionalmente associado a contratos de grande porte, o seguro garantia licitação funciona como uma ferramenta essencial para assegurar a execução de obras e serviços. Ele protege o contratante contra riscos de descumprimento de prazos e obrigações assumidas pelas empresas vencedoras das licitações. Com a retomada de investimentos e a modernização de marcos regulatórios, especialistas projetam um crescimento expressivo na demanda por essa modalidade.

Infraestrutura em alta: mais projetos, mais exigências

Nos próximos anos, o pipeline de projetos de infraestrutura prevê intervenções de grande relevância para a logística e a qualidade de vida no país. Entre elas estão expansões de malha ferroviária, duplicação de rodovias, ampliação de portos, obras de saneamento em regiões metropolitanas e construção de usinas de geração de energia limpa.

Em todos esses casos, os editais de licitação têm incluído exigências mais rigorosas de comprovação de capacidade técnica e financeira. É nesse contexto que o seguro garantia ganha protagonismo. Além de servir como uma segurança para o contratante público ou privado, ele permite que construtoras e prestadoras de serviços participem de concorrências com valores mais elevados, ampliando suas chances de conquistar contratos que antes estavam fora de alcance.

Um mercado em consolidação

Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) indicam que o ramo de seguro garantia já vem apresentando crescimento consistente nos últimos anos. A expectativa para 2026 é que a expansão do setor de infraestrutura acelere esse movimento. O modelo oferece benefícios para todas as partes envolvidas: para o contratante, representa um respaldo contra atrasos ou falhas na execução; para a empresa contratada, é uma credencial que demonstra solidez e compromisso.

O cenário também se favorece do amadurecimento regulatório. Alterações recentes na legislação e maior padronização de cláusulas contratuais trouxeram mais previsibilidade e segurança jurídica, incentivando empresas a aderirem à modalidade.

O papel estratégico para construtoras e prestadoras

Para muitas companhias do setor, o seguro garantia é mais do que uma exigência legal: é uma estratégia competitiva. Ao apresentar uma apólice robusta, a empresa não apenas cumpre um requisito do edital, mas também transmite credibilidade e comprometimento com a entrega. Esse diferencial tem se mostrado decisivo em licitações disputadas, onde margens de pontuação e critérios de desempate podem ser definidos pela solidez das garantias apresentadas.

Segundo Ana Paula Linazzi, especialista no segmento, o momento é favorável para empresas que se prepararem adequadamente:
“O novo ciclo de investimentos abre espaço para que construtoras e prestadoras de serviços ampliem sua atuação. O seguro garantia não é apenas um instrumento de proteção, mas também um passaporte para competir em projetos de alto valor e relevância estratégica para o país.”

Perspectivas para 2026

A expectativa do mercado é de que o seguro garantia se torne cada vez mais comum em contratos não apenas públicos, mas também privados, especialmente em setores como energia renovável, concessões de rodovias e projetos de saneamento. Com o aumento do volume e da complexidade das obras, cresce também a necessidade de mecanismos que protejam ambas as partes contra riscos e imprevistos.

Nesse cenário, seguradoras, corretoras e empresas especializadas em gestão de riscos devem desempenhar papel central, auxiliando construtoras e prestadoras a estruturar apólices sob medida, alinhadas às exigências de cada projeto.

O que se desenha para 2026 é um mercado mais profissionalizado, com maior integração entre setor público, privado e o mercado segurador. Se a previsão de crescimento se confirmar, o seguro garantia tende a se consolidar como um dos pilares da infraestrutura brasileira, viabilizando obras que moldarão o futuro do país.

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