Desmistificando o autismo: 12 fatos essenciais sobre o TEA
1 a cada 31 crianças são autistas, segundo o CDC; adultos também podem ser diagnosticados
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), também conhecido como autismo, é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a forma como os indivíduos percebem e se relacionam com o mundo ao seu redor. Ele pode impactar as habilidades sociais e comportamentais, trazendo desafios em diferentes áreas da vida, incluindo a comunicação. Pessoas dentro do espectro frequentemente enfrentam desafios em manter um engajamento ativo, em utilizar uma comunicação eficaz e em gerenciar suas emoções de maneira adequada.
“Os sinais do TEA se manifestam ainda na infância, e tanto crianças quanto adultos com o transtorno podem necessitar de diferentes níveis de apoio. Enquanto alguns conseguem realizar atividades diárias de forma independente, outros precisam de assistência para tarefas básicas, como tomar banho, se vestir e se alimentar”, completa a fonoaudióloga e orientadora da Genial Care, rede de cuidado de saúde atípica especializada em crianças autistas e suas famílias, Ana Sousa (CRFa-2 19000).
O que é díade do autismo?
Guias como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria) e a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças, da Organização Mundial da Saúde) descrevem as principais características do espectro autista sob o conceito de “díade do autismo”, que traz dificuldades na comunicação e interação social e comportamentos repetitivos e padrões restritos de interesse
“É importante ressaltar que pessoas no espectro não necessariamente manifestam todos esses sinais, assim como algumas pessoas fora do espectro podem exibir alguns deles. Por isso, uma avaliação profissional é essencial para um diagnóstico adequado”, declara a fonoaudióloga e orientadora da Genial Care.
O que são níveis de autismo e quais são eles?
O autismo é classificado em diferentes níveis conforme a necessidade de suporte, variando entre os níveis 1, 2 ou 3, segundo os manuais DSM e CID.
Pessoas autistas que conseguem realizar suas atividades diárias com pouca ou nenhuma ajuda são geralmente classificadas no nível 1. Já aquelas que precisam de mais assistência, tanto nas tarefas diárias quanto em outras áreas do desenvolvimento, são classificadas no nível 3.
Fatos essenciais sobre o autismo
Seja qual for o nível de suporte diagnosticado, existem diversos pontos importantes a serem considerados sobre o autismo, desmistificando o transtorno.
Fato 1: O autismo é um espectro
Cada pessoa diagnosticada com TEA é única. O termo “espectro” reflete a ampla variedade de características e níveis de suporte necessários. Enquanto algumas pessoas podem ser altamente funcionais e independentes, outras podem precisar de assistência significativa em suas atividades diárias.
Fato 2: Somente profissionais especializados podem diagnosticar o autismo
O diagnóstico deve ser realizado exclusivamente por profissionais especializados, como neurologistas, psicólogos e psiquiatras, que analisam os sintomas e o histórico de desenvolvimento da criança. Detectar o transtorno precocemente é fundamental para garantir que a criança receba o suporte adequado ao seu desenvolvimento.
Fato 3: Os sinais de autismo podem variar
Os sinais de autismo em crianças geralmente incluem dificuldades na comunicação, como atrasos na fala ou na linguagem, e também dificuldades em manter conversas e expressar emoções. Comportamentos repetitivos, interesses restritos e desafios na interação social, como dificuldade em fazer amigos, podem também ser indicadores. Os primeiros sinais costumam aparecer antes dos 3 anos.
Fato 4: Pessoas autistas se comunicam de diversas maneiras
Algumas pessoas no espectro autista podem apresentar dificuldades em se comunicar por meio da fala, mas é importante considerarmos que a comunicação acontece por diferentes meios (fala, gestos, expressões faciais, entre outros) e dispositivos de comunicação aumentativa e alternativa (CAA) pode ser um deles.
Fato 5: Autismo não tem cura, mas há tratamentos e intervenções eficazes
Terapias fonoaudiológicas, comportamentais, educacionais e ocupacionais, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e a Integração Sensorial, podem auxiliar pessoas no espectro autista a desenvolver habilidades e melhorar sua qualidade de vida. Por não ser uma doença, não há cura para o autismo. Porém, uma abordagem multidisciplinar, que envolve a participação ativa da família, tende a oferecer os melhores resultados.
Fato 6: Respeite e valorize a individualidade
O respeito pela neurodiversidade é uma parte importante da compreensão do autismo na infância e ao longo da vida. A sociedade está cada vez mais consciente da importância sobre a inclusão de crianças com autismo, e por isso escolas e comunidades devem trabalhar para criar ambientes inclusivos onde todas as crianças tenham a oportunidade de aprender e crescer.
Fato 7: Rotina e previsibilidade são importantes
A previsibilidade é essencial para pessoas autistas, pois mudanças repentinas podem causar desorganização e aumentar a ansiedade. Portanto, é fundamental não apenas informar sobre alterações com antecedência, mas também utilizar suportes visuais, sempre que necessário, para facilitar a adaptação às novas situações. Ferramentas como cronogramas, quadros de rotinas e histórias narrativas ajudam a tornar o ambiente mais seguro e previsível, promovendo uma melhor compreensão.
Fato 8: É fundamental oferecer apoio familiar
Conviver com o autismo pode trazer desafios para as famílias, e por isso é fundamental que pais e cuidadores recebam o suporte necessário para compreender e atender às necessidades das crianças. A orientação parental, por exemplo, é uma ferramenta valiosa que auxilia na criação de estratégias eficazes para estimular o desenvolvimento infantil e lidar com comportamentos desafiadores. Também é essencial que as famílias tenham acesso a informações claras e recursos adequados, que fortaleçam sua capacidade de criar um ambiente acolhedor e de buscar as intervenções certas no momento oportuno.
Fato 9: Hipersensibilidade sensorial e hiperfocos são recorrentes
Algumas crianças no espectro autista podem apresentar uma sensibilidade diferente aos estímulos do ambiente. Em certos casos, sons altos, luzes intensas ou determinadas texturas causam grande desconforto — por isso, espaços tranquilos e previsíveis costumam ser mais acolhedores. Além disso, é comum o desenvolvimento de interesses intensos e focados em temas específicos. Esses chamados “hiperfocos” podem resultar em um conhecimento aprofundado em áreas como matemática, música, ciência ou história, entre outras.
Fato 10: Adultos também podem ser diagnosticados com autismo
Embora o Transtorno do Espectro Autista (TEA) seja geralmente identificado ainda na infância, há muitas pessoas que só recebem o diagnóstico na vida adulta. Isso pode ocorrer porque, ao longo da infância, os sinais foram sutis, mascarados por estratégias de adaptação ou confundidos com outras condições. Em alguns casos, essas pessoas passaram a vida enfrentando dificuldades em áreas como interação social, comunicação ou regulação sensorial, sem saber exatamente o motivo. O diagnóstico tardio costuma acontecer a partir de uma avaliação clínica detalhada, motivada por experiências pessoais, desafios recorrentes ou pelo contato com informações mais amplas sobre o espectro. Receber o diagnóstico na fase adulta pode ser transformador, permitindo o acesso a apoio adequado e maior compreensão sobre si mesmo.
Fato 11: Autismo não desaparece com a idade
O autismo é um transtorno do desenvolvimento que persiste ao longo da vida. No entanto, com uma intervenção eficaz, as maneiras como os sinais se manifestam podem mudar/melhorar ao longo do tempo.
Fato 12: A inclusão é essencial
As pessoas com autismo têm direito à educação, trabalho e participação na sociedade como todas as pessoas. Promover ambientes inclusivos, na escola, nas comunidades, no trabalho e na sociedade, é fundamental para garantir que possam alcançar seu pleno potencial.
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Genial Care
Genial Care é uma rede de cuidado de saúde atípica especializada em crianças autistas e suas famílias. Com várias clínicas em todas as regiões de São Paulo, a empresa combina modelos terapêuticos próprios, suporte educacional e tecnologia avançada para promover bem-estar e qualidade de vida no processo de intervenção. Com uma equipe dedicada de mais de 250 profissionais, a Genial Care tem como propósito garantir que cada criança alcance seu máximo potencial.