Brasil

Thiago Oliveira aposta em liderança com propósito para transformar a realidade de favelas brasileiras

Conselheiro da ONG Gerando Falcões, empresário atua para escalar impacto social por meio de inovação e parcerias estratégicas

Erradicar a pobreza das favelas brasileiras antes da colonização de Marte. É com esse objetivo audacioso que a ONG Gerando Falcões trabalha em mais de 300 comunidades do país e que, nos próximos três anos, pretende quadruplicar esse número, alcançando 1.200 territórios periféricos. Entre os nomes por trás dessa expansão está o empreendedor Thiago Oliveira, CEO da holding Saygo, que atua como conselheiro da organização e investe em soluções para tornar o impacto social escalável, sustentável e eficiente.

“Assim como nos negócios, não dá para combater a pobreza com improviso. A gente precisa de método, dados e um modelo que funcione em larga escala”, afirma Oliveira, que é também cofundador da Oliveira Foundation, organização sem fins lucrativos que já atendeu mais de 170 mil crianças e adolescentes em países lusófonos, com foco em educação emocional e protagonismo juvenil.

Ecossistema de desenvolvimento social

A Gerando Falcões atua como uma aceleradora de ONGs nas favelas, fornecendo infraestrutura, tecnologia e gestão para organizações locais. O modelo é baseado no conceito de “favela 3D” uma estratégia que integra desenvolvimento econômico, saneamento básico e cultura. A proposta é substituir as soluções assistencialistas por projetos estruturantes, com monitoramento de indicadores e metas bem definidas.

Thiago Oliveira, que construiu sua carreira no setor de comércio exterior e tecnologia, vê semelhanças entre o desafio de escalar empresas e o de ampliar o alcance social. “A pobreza precisa ser tratada como uma crise de gestão e não apenas de carência. Se o problema é complexo, a resposta precisa ser profissional”, defende o executivo.

A atuação da ONG só é possível graças a uma rede de empresários, investidores e especialistas que contribuem com conhecimento técnico, governança e recursos. De acordo com Oliveira, o apoio do setor privado é indispensável. “A filantropia precisa de cabeça de negócio. O que a Gerando Falcões faz é juntar o melhor da gestão empresarial com a urgência social que existe nas favelas”, explica.

Essa visão está alinhada ao que apontam os dados do IBGE: segundo o último levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), cerca de 13,7 milhões de brasileiros ainda vivem em áreas de favelas. Para reverter esse cenário, é necessário escalar modelos que funcionem. “Estamos falando de 5 mil favelas só nas regiões metropolitanas do país. A meta de chegar a 1.200 nos próximos anos é ousada, mas viável se tivermos as parcerias certas”, afirma Oliveira.

Resultados já alcançados e próximos passos

A Gerando Falcões já atua em mais de 300 comunidades com iniciativas que envolvem alfabetização, capacitação profissional e reforma estrutural. Um dos exemplos mais emblemáticos é a transformação de favelas verticais em São Paulo, que passaram a contar com sistemas próprios de saneamento, acesso à internet e bibliotecas digitais.

O plano estratégico da organização prevê um salto de escala até 2027, ampliando a atuação para 1.200 favelas com base em uma plataforma digital de gestão social. A tecnologia, segundo Thiago Oliveira, é o elo que conecta a ambição à realidade. “A gente só vai vencer a pobreza se tratá-la como prioridade nacional e investir em inovação social como investimos em inovação de mercado”, conclui

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