Mexer o corpo para acalmar a mente: quando o treino vira remédio contra a ansiedade
Personal trainer de Santos (SP) conecta movimento físico com bem-estar emocional e propõe treinos como aliados na luta contra a ansiedade e o estresse moderno
Em um cenário de rotinas cada vez mais aceleradas, sobrecarga emocional e dificuldade de se reconectar com o presente, cresce o número de pessoas que procuram atividades físicas não apenas para melhorar o corpo, mas para reencontrar o equilíbrio mental. E essa busca é mais urgente do que nunca: o Brasil lidera o ranking mundial de ansiedade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). É nesse contexto que atua Rafael Florêncio, personal trainer e educador físico com mais de uma década de experiência, com sede em Santos (SP) e atendimento online para alunos de todo o Brasil.
Mais do que planilhas de treino e metas estéticas, Rafael propõe uma abordagem que une corpo, mente e rotina — e que considera o movimento como uma forma de reconduzir o indivíduo ao “aqui e agora”. “As pessoas estão sendo engolidas pelas tarefas diárias e pelos compromissos. A atividade física é uma das ferramentas mais poderosas que temos para acalmar a mente e combater a ansiedade”, afirma.
A motivação para tratar o tema surgiu da própria prática profissional. Rafael relata situações frequentes em que alunos chegam tensos, agitados ou emocionalmente exaustos. “Às vezes percebo que o aluno não vai conseguir render com o treino tradicional. Então eu ajusto os exercícios ali mesmo, na hora, com foco em aliviar aquela carga emocional. E funciona. O corpo acalma a mente”, conta.
Essa conexão entre físico e emocional é cada vez mais valorizada, embora ainda pouco explorada no dia a dia da população. “O problema não é falta de valorização, é falta de prática. As pessoas conhecem os benefícios, mas ainda recorrem a válvulas de escape mais fáceis, como doces ou até mesmo substâncias químicas. Falta conhecimento, orientação e, muitas vezes, um processo de substituição de hábitos prejudiciais por alternativas saudáveis”, pontua o profissional.
O que acontece no corpo quando a mente pede socorro
A ciência tem demonstrado os efeitos fisiológicos e hormonais positivos da atividade física em quadros de ansiedade. Segundo Rafael, os três principais pilares dessa resposta são a liberação de neurotransmissores ligados ao bem-estar (endorfinas, serotonina e dopamina), a melhora na qualidade do sono e o aumento da autoestima. “Esses hormônios não apenas aliviam o estresse como também reduzem a percepção de dor e favorecem a interação social, o foco e a resiliência”, explica.
No dia a dia de seus atendimentos, Rafael orienta os alunos a partir do momento emocional em que se encontram. “Quando a pessoa chega com energia acumulada, como se estivesse carregando um piano nas costas, é preciso começar devagar. Treinos aeróbicos de baixa intensidade são ótimos para aumentar o fluxo sanguíneo e oxigenar o cérebro. Aos poucos, ela vai entrando em outro estado mental, mais leve e presente.”
Além da vivência prática, Rafael mantém o hábito de se atualizar sobre estudos científicos que embasam suas decisões técnicas. Ele cita referências como o Journal of Multiprofessional Health Research, a Revista Brasileira de Psiquiatria e outras publicações que discutem o impacto dos exercícios em pacientes com transtornos de ansiedade e depressão. “Me atualizo a cada três meses. É essencial oferecer um atendimento que una ciência e sensibilidade.”
Quando o treino vira um ponto de virada emocional
Ao longo de sua carreira, Rafael testemunhou histórias comoventes de transformação. Uma delas envolve uma adolescente com depressão, que encontrou nos treinos uma chance de sair de casa e se reconectar. “Ela começou a conversar mais, diminuiu o consumo de séries violentas e se envolveu em algo que lhe dava uma nova sensação de controle”, conta.
Outra aluna, advogada, recorre ao treino como válvula de escape em momentos críticos do trabalho. “Ela mesma dizia que, depois dos exercícios, sentia a mente mais calma e conseguia voltar para o dia com outra energia”, relata. Casos como esses reforçam a importância de ver o treino como ferramenta de suporte emocional.
E quando necessário, Rafael encaminha o aluno a psicólogos ou atua em conjunto com outros profissionais da saúde mental. “Já tive duas experiências muito positivas nesse sentido. Ter uma escuta qualificada por trás é fundamental para que a pessoa consiga não só aliviar os sintomas, mas entender suas causas e aprender a lidar com as crises.”
Educação física com propósito: o futuro do cuidado integral
Rafael acredita que o futuro da profissão passa pela integração com a saúde mental. “Hoje, muitos profissionais ainda focam apenas no corpo, mas cresce o número de colegas buscando formação em terapias, comportamento humano e ferramentas de autodesenvolvimento. Quem não souber lidar com a mente, será substituído por tecnologia. Nosso diferencial está no olhar humano”, defende.
Disposto a colaborar com campanhas públicas voltadas à saúde emocional, ele se coloca à disposição para compartilhar sua metodologia e visão. “Será uma honra contribuir com o que acredito. A educação física pode e deve ocupar um papel mais estratégico na promoção de saúde mental no Brasil.”
E para quem está enfrentando a ansiedade sem saber por onde começar, Rafael deixa uma metáfora potente:
“Quando você está no fundo do poço e alguém joga uma corda, é preciso ter força para subir carregando tudo o que você sente. O exercício é essa corda. E também é a sua força.”
“Existem mais de 8 mil esportes registrados no mundo, sem contar as modalidades fitness. Teste, experimente, movimente-se. Algum deles vai tocar você.”
Sobre Rafael Florêncio:
Rafael Florêncio é personal trainer e educador físico com mais de dez anos de experiência. Atua presencialmente em Santos (SP) e oferece consultorias online para alunos de diversas regiões do Brasil. Ao longo da carreira, já atendeu alunos com objetivos variados — desde reabilitação até alta performance — e desenvolveu uma metodologia que prioriza a autonomia, a consistência e a transformação de estilo de vida. Seus programas personalizados são voltados para iniciantes, pessoas com dificuldade de manter a disciplina e alunos da terceira idade, com foco na conexão entre corpo, mente e rotina.
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@orafaflorencio


