Saúde

Candidíase: a doença do verão

Muito comum nessa época do ano, a candidíase atinge cerca de 75% das mulheres.

O verão é uma estação sempre muito esperada, mas é verdade que o excesso de piscina e praia traz algumas complicações – a mais comum delas é a candidíase.

A candidíase vulvovaginal é uma patologia muito frequente, causada pelos fungos do gênero Cândida, e que atinge 75% das mulheres em alguma fase da vida. Cerca de 5% delas terão candidíase vulvovaginal recorrente, o que significa que vão experienciar quatro ou mais episódios a cada 12 meses.

“Na prática, a infecção vaginal por Cândida albicans é associada a situações de debilidade do organismo, alto teor de glicogênio (derivado dos açúcares) e acidez vaginal”, explica a Dra. Brianna Nicoletti, alergista e imunologista pela USP.

Por isso, doenças imunossupressoras, diabetes e o uso crônico de corticóides são fatores de risco para a candidíase. O mesmo vale para o uso de alguns antibióticos, que, segundo estudos, costumam suprimir a flora vaginal, favorecendo a colonização e infecção pelos fungos.

Quando o assunto são os hormônios, a possibilidade de desenvolvimento da doença também aumenta. Segundo a médica, o excesso de progesterona no organismo aumenta a disponibilidade de glicogênio no ambiente vaginal, e serve como uma excelente fonte de alimento para o crescimento e germinação das leveduras.

Já o excesso de estrogênio – muito comum em quem toma pílula anticoncepcional combinada, faz terapia de reposição hormonal ou durante a gravidez – também pode aumentar as chances de infecção.

“Pequenos traumas como o ato sexual, o hábito de usar roupas muito justas ou de fibras sintéticas, ou ainda de permanecer muito tempo com roupas de banho molhadas ou úmidas podem favorecer o ambiente para proliferação do fungo”, continua a profissional. “Além disso, sabemos que podem estar relacionadas a dieta alimentar rica em açúcares e carboidratos e também a vivências de situações de estresse, que aumentam o nível sérico de cortisol.”

Por ser uma condição tão comum, as mulheres ficam facilmente preocupadas e com medo da doença, mas, calma, a simples presença do fungo não representa nenhum risco e não requer nenhum tratamento quando a mulher não tem sintomas. Anote aí, os mais comuns são:

  • Irritação
  • Coceira
  • Corrimento branco-amarelado

“A candidíase acontece quando a população de fungos aumenta excessivamente e entra em desequilíbrio com o restante da flora vaginal. Isso pode ocorrer em situações que levem à diminuição da imunidade, uso de antibióticos, diabetes, entre outras”, explica o Dr. Igor Padovesi, ginecologista e obstetra pela USP e médico do Hospital Albert Einstein.

Mesmo que a doença se desenvolva, não é preciso pânico: afinal, hoje em dia existem muitas opções de tratamento – de comprimidos a cremes de uso tópico. Nos casos de candidíase recorrente, a conduta é um pouco diferente: esses quadros precisam de acompanhamento médico especializado.

Para esses quadros, a conduta pode ser combinada, com uso de medicamentos mais ajustes no estilo de vida, para controlar a condição e melhorar os sintomas. Na dúvida, consulte um ginecologista!

Dra. Brianna Nicoletti

  • Médica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2003)
  • Residência médica em Medicina Interna pela Universidade Estadual de Campinas (2006)
  • Residência médica em Alergia e Imunologia Clínica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2009)
  • Associada à Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia
  • Médica Especialista em Alergia e Imunologia do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein (desde 2013)
  • Integrante da equipe de Qualidade da UnitedHealth Group (desde 2011)


Dr. Igor Padovesi Ginecologista e obstetra

CRM-SP 134.933 – RQE 40093

  • Formado e pós-graduado pela USP
  • Ex-Preceptor da disciplina de Ginecologia da USP
  • Prêmio “Melhor Médico Residente” pela disciplina de Obstetrícia da USP (Prêmio “Prof. Bussâmara Neme” – 2010)
  • Médico do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, pertencente à categoria “Einstein Premium” pelo programa de relacionamento do corpo clínico da instituição (segmentação mais alta entre o corpo clínico)
  • Especialização em Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva pelo Hospital Sírio-Libanês
  • Colunista oficial e embaixador da revista Pais&Filhos, autor da série “Gravidez sem Neura”
  • Membro da Comissão de Comunicação Digital da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO — Diretoria 2016-2019)
  • Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, certificado em Endoscopia Ginecológica (Videolaparoscopia e Histeroscopia) pela FEBRASGO / AMB
  • Curso de “Lifestyle Medicine” pela Universidade Harvard (2018)
  • Co-autor de trabalhos científicos publicados na área de Ginecologia e Endometriose
  • Autor de conteúdos na área de Ginecologia para cursos do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein
  • Instrutor do curso de pós-graduação e outros cursos da área de Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Albert Einstein

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